Realização do raio-x durante a gestação ainda gera debates na comunidade médica, sendo preciso avaliar diferentes aspectos antes de seguir com o exame. Confira!

Um tema bastante complexo e que gera discordâncias dentro da comunidade médica é se mulheres grávidas podem ou não ser submetidas a exames de raio-x devido à emissão de radiação ionizante.

A radiação ionizante tem potencial para promover alterações celulares, no entanto, ainda há dúvidas sobre o quanto seria uma exposição segura, seja para pacientes comuns ou para mulheres grávidas. Entenda melhor a seguir! 

 

Quais os riscos de fazer o raio-x na gestação?

O principal risco relacionado à realização de exames de raio-x durante a gestação refere-se aos receios de que a radiação possa causar alterações genéticas no feto, provocando patologias ou malformação fetal.

Apesar de esse receio ser cientificamente embasado, visto que uma exposição excessiva à radiação pode sim causar alterações fetais, estima-se que ela teria que ser intensa para que alterações ocorressem de fato.

Considerando a absorção da radiação que ocorre em exames comuns, estima-se que uma gestante pode se expor a até 5 mil milirads. Um exame da coluna cervical, por exemplo, emite cerca de 2 milirads.

Apesar de essa conta promover uma certa segurança para mulheres gestantes que precisam realizar o exame de raio-x, a opção médica sempre deve ser a de evitar a radiografia se for possível.

Em algumas situações, o exame não é urgente ou pode ser substituído por outras técnicas, de forma que preservar a integridade da gestante e do feto é a opção prioritária.

Portanto, é possível sim que a gestante faça um exame de raio-x, mas a equipe médica buscará, sempre que possível, evitar essa abordagem.


Quais fatores são observados pela equipe médica?

Antes de decidir pelo raio-x durante a gravidez, o médico que acompanha a gestante e equipe médica farão uma série de ponderações. Confira!

Dose de radiação

Deve-se considerar a dose de radiação absorvida pelo corpo durante a realização do exame, o que é chamado de “dose efetiva”. Essa unidade de medição pode ser calculada em milirads, mas também em milisievert (mSv), roentgen, rad e outras.

Um raio-x no quadril,   por exemplo, pode emitir de 110 a 400 milirads, enquanto da boca é de cerca de 0,1 milirads. Portanto, esse valor deverá ser avaliado de acordo com as especificidades do caso.

Idade gestacional

Um aspecto importante a ser avaliado pela equipe médica é a idade gestacional. O primeiro trimestre de gestação é o período mais crítico, pois o feto ainda está em desenvolvimento, ficando mais suscetível aos efeitos negativos da radiação.

Por essa razão, as pacientes são sempre inquiridas sobre atraso menstrual ou possibilidade de gravidez antes de realizar o raio-x, sendo necessário ficar atenta a essas questões.

Após a 20ª semana, em média, o bebê já se encontra completamente desenvolvido, sendo que até a 40ª semana ele vai crescer, mas seus órgãos vitais já estão em funcionamento.

Parte do corpo que será realizado o exame

A dose de radiação varia de acordo com o tipo de exame a ser realizado, mas outro aspecto importante é sobre qual parte do corpo na qual será realizado o exame e que ficará mais exposta à radiação.

Quanto mais próxima da região abdominal da paciente, maior o risco da realização do exame. Por exemplo, região lombar, quadril, pélvis, bexiga e duodeno são locais que devem ser evitados.

Urgência do exame

Por fim, outro aspecto a ser considerado pelo especialista antes de prescrever um raio-x para uma gestante é se o exame é realmente necessário e fornecerá informações essenciais.

Por exemplo, se a paciente tem suspeita de pneumonia é possível que o raio-x seja realmente indicado, pois é uma patologia grave e que demanda atenção especializada urgente, especialmente na gravidez.

No entanto, se a paciente tem uma luxação na mão pode ser que o especialista opte por não submetê-la ao exame antes de uma abordagem menos invasiva.

 

Como aumentar a proteção do bebê durante o exame?

Após avaliar esses diferentes fatores, a equipe médica pode decidir pela realização ou não do exame de raio-x na gestante.

Caso a opção seja por realizar o exame existem formas de reduzir a exposição à radiação, como usar o avental de chumbo que cria uma barreira evitando uma maior absorção de radiação.

Outra recomendação é que o exame seja breve. Com o posicionamento correto da paciente e agilidade do técnico para reduzir as chances de precisar refazer o exame.

Portanto, é sempre necessário que a paciente informe à equipe médica quanto à gestação para que as decisões do especialista considerem esse aspecto tão importante.

Atualmente, a radiologia tem passado por diversas modernizações, como a telerradiologia, software de voz para laudo , radiografia digital e outras que contribuem para exames mais seguros e eficientes.

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